Influenciador baiano suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas através de rifas ilegais sofreu atentado há dois meses
06/09/2024
(Foto: Reprodução) Investigações apontam que grupo criminoso formado por Ramhon Dias e outras 19 pessoas presas na quinta-feira (5) movimentou meio bilhão de reais através de fraudes com rifas. Vídeos mostram momento em que influenciador digital foi baleado em Salvador
O influenciador digital Ramhon Dias, preso na quinta-feira (5), em Salvador, durante uma operação contra suspeitos de lavar dinheiro do tráfico de drogas através de rifas ilegais, sofreu um atentado há exatos dois meses.
O influenciador Ramhon Dias, preso na quinta-feira (5) durante a operação policial "Falsas Promessas", sofreu um atentado a tiros há exatamanente dois meses. Ele foi baleado na Estrada da Muriçoca, no bairro de Vale dos Lagos, que fica na capital baiana, no dia 6 de julho.
Na época, Ramhon disse aos milhares de seguidores de uma rede social que a ação foi motivada por "vingança ou ciúmes". Segundo informações da assessoria do influenciador, ele saía de uma barbearia quando foi surpreendido pelos disparos.
"Estou muito reflexivo com tudo isso que aconteceu. Pensar que alguém é capaz de mandar tirar a vida de outra pessoa por vingança ou ciúme é covardia. Estou postando essa mensagem em respeito aos meus seguidores para que saibam que estou bem, graças a Deus", declarou, na época.
O g1 buscou mais informações sobre o ocorrido com a assessoria dele, mas não obteve resposta. O caso também é investigado pela Polícia Civil e a reportagem também solicitou atualização sobre as apurações.
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Influenciador digital foi baleado em Salvador no mês de julho
Operação Falsas Promessas
Ramhon Dias, o rifeiro José Roberto Santos, mais conhecido como Nanam Premiações, e outras 18 pessoas foram presas na Operação "Falsas Promessas", deflagrada na quinta-feira (5). Um suspeito morreu em confronto com a polícia. [Saiba mais abaixo]
Ao longo de todo o dia, 48 ordens judiciais foram cumpridas contra o grupo criminoso suspeito de movimentar meio bilhão de reais em transações financeiras ilícitas. Desse total, 14 mandados de prisão foram executados na Bahia, cinco em Goiás, um no Ceará, um no Espírito Santo, além de 26 mandados de busca e apreensão nos quatro estados.
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Na Bahia, além de Salvador, os agentes atuaram em Juazeiro, na região norte, e em Santo Antônio de Jesus e São Felipe, no recôncavo. A polícia não detalhou quem são os outros presos, nem a quantidade de mandados cumpridos em cada município.
Influenciador Ramhon Dias e rifeiro Nanam
Redes sociais
Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa aproveitava a estratégia midiática realizada pelos contraventores e a aparente influência social deles para burlar a fiscalização sobre a origem do capital.
Veja abaixo como o grupo atuava ⬇️
Rifas e sorteios
Tanto Ramhon Dias quanto José Roberto, o Nanam Premiações, são conhecidos por publicar anúncios de rifas nas redes sociais. Ramhon chegou a divulgar um sorteio com prêmio de R$ 400 mil. Nanam dizia sortear carros de luxo, com custo de R$ 239 mil, como o Mini Cooper.
"Que minhas conquistas sirvam de inspiração para os menores que sonham assim como eu sonhei em um dia em ter um carro na hora, uma moto na hora", escreveu o rifeiro em uma publicação.
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Para a polícia, no entanto, os sorteios eram falsos e os valores ou itens premiados sequer eram entregues aos supostos ganhadores, que também não tiveram nomes divulgados.
"Esse grupo lavava o dinheiro do tráfico de drogas através de rifas com sorteios falsos. Aquela toda tramitação através das redes sociais, dos influenciadores, com premiações de carros, que na verdade, não acontecia", explicou a diretora do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), Márcia Pereira.
Ostentação
Itens de luxo são apreendidos em operação que prendeu influenciador baiano e rifeiro
O padrão de vida exibido por Ramhon e Nanam nas redes sociais chamava atenção. O influenciador se apresenta com empresário e "máquina de prêmios" em uma das contas. Ele apagou todas as postagens do perfil oficial do Instagram na quinta-feira. Somente nesta rede, ele tinha mais de 447 mil seguidores.
Nanam Premiações
Redes sociais
Nanam é mais popular na plataformae acumula 1,1 milhão de seguidores. Na conta, ele costuma exibir iphones, carros e motos de luxo, supostamente sorteados.
Eram veículos de alto padrão, como T-Cross, Jeep Compass e Mini Cooper, que custam respectivamente em torno de R$ 119 mil, R$ 182 mil e R$ 239 mil. Uma imagem chega a mostrar uma carreta, carregada com veículos que suportamente seriam sorteados por ele.
Carros sorteados por Nanam Premiações
Redes sociais
Itens luxuosos apreendidos com o grupo
Com todos os mandados de busca e apreensão cumpridos, a polícia apreendeu dezenas de carros e motos de luxo, além celulares de última geração, lanchas, relógios, joias e itens de grife.
Entre eles, estava um relógio cravejado de diamantes, bolsas avaliadas R$ 14 mil e um tênis de R$ 17 mil. Os agentes apreenderam ainda armas de fogo, munições e dinheiro em espécie.
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Alvo prioritário morreu
De acordo com a polícia, durante a operação, um homem resistiu à prisão, trocou tiros com agentes, foi baleado e morreu. Ele foi identificado como Sueliton de Almeida Coelho, apontado como chefe de uma facção que atua no bairro Nordeste de Amaralina, na capital baiana.
Sueliton foi apontado como o alvo prioritário da operação "Falsas Promessas" e tinha mandado de prisão expedido pela Justiça.
O papel dele na organização criminosa seria a responsabilidade por toda a logística de distribuição de drogas e armas de um dos maiores grupos criminosos com operações na capital baiana.
Com o homem, foi apreendida uma pistola turca. De acordo com a polícia, a arma é extremamente cara, com kit rajada e mira a laser.
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Redes sociais
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Na Bahia, cerca de 200 policiais estiveram envolvidos na ação, que também investiga suspeitos de tráfico de drogas em Juazeiro, Santo Antônio de Jesus e São Felipe.
A operação "Falsas Promessas" foi realizada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) com o apoio do departamentos Especializado de Investigações Criminais (DEIC), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia do Interior (Depin), das Coordenações de Operações e Recursos Especiais (Core), de Operações de Polícia Judiciária (COPJ), e da Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), além das polícias civis de Goiás, Ceará e Espírito Santo.
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